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7 Comportamentos Que Oprimem o Potencial dos Seus Filhos

De: Marcia S.

Como pais, nós aprendemos que nem toda a sabedoria e amor no mundo podem proteger nossos filhos de tudo. O problema é que, muitas vezes, isso nos causa enorme frustração e, por medo de ver nossos filhos se machucarem, acabamos protegendo-os demais. Isso é natural e acontece com qualquer pai e mãe uma vez ou outra, mas será que isso não está interferindo na independência de nossos filhos e impedindo que eles se tornem tudo aquilo têm o potencial de ser? 

Tanto o medo quanto a falta de compreensão desempenham um papel nisso, além da "mania" de cada nova geração de pais querer compensar algo que a geração anterior fez. Os pais de hoje têm se preocupado mais com o agora, em vez do amanhã. Muitos deles tiveram pais que colocaram seu foco no futuro: estudar, poupar dinheiro, garantir sua aposentadoria.

Em resposta, a geração de hoje comprou a ideia de "abrace o momento, você merece, carpe diem", o que, para muitos, resultou em dívidas de cartão de crédito e incapacidade de adiar a gratificação. A verdade é que os pais que são capazes de se concentrar no amanhã preparam melhor seus filhos. Mimá-los pode nos fazer sentir bem agora, mas irá machucar suas chances de atingir todo o seu potencial no futuro.  

Aqui estão sete comportamentos prejudiciais, que impedem as crianças de se tornarem tudo aquilo que podem ser:

 

1. Nós não deixamos nossos filhos correrem riscos

Vivemos em um mundo que nos adverte do perigo em cada momento. A preocupação com a "segurança em primeiro lugar" reforça nosso medo de perder nossas crianças e, portanto, fazemos tudo o que podemos para protegê-las. Afinal, esse é o nosso papel, mas nós acabamos, muitas vezes, isolando-os de riscos que podem ser saudáveis, o que tem um efeito adverso. Psicólogos na Europa descobriram que crianças que não brincam fora de casa e nunca têm experiências como um joelho esfolado, por exemplo, frequentemente têm fobias quando adultos. As crianças precisam cair algumas vezes para saber que é normal; adolescentes precisam romper um namoro para apreciar a maturidade emocional que os relacionamentos duradouros exigem etc.

2. Nós os resgatamos imediatamente

A geração de hoje não desenvolve o mesmo preparo para a vida que as crianças há 30 anos, porque os adultos tendem a cuidar de todos os problemas por elas. Quando resgatamos muito rapidamente e ajudamos em excesso, eliminamos a necessidade dos nossos filhos de navegar as dificuldades e resolver problemas por conta própria. Mais cedo ou mais tarde, as crianças se acostumam em ter alguém para resgatá-los e sabem que se falharem, um adulto irá acalmar as coisas e remover quaisquer consequências da sua má conduta. O problema é que o mundo real não funciona assim e, portanto, nós acabamos impedindo que nossos filhos se tornem adultos competentes e responsáveis. É importante encontrar o equilíbrio entre proporcionar um ambiente de segurança emocional e, ao mesmo, ensinar nossos filhos a tomarem responsabilidade por suas ações.

3. Nós elogiamos tudo, sempre

Assista a um jogo da escolinha de futebol e você verá que todo mundo é um vencedor. A mentalidade do "prêmio de participação" pode ajudar nossos filhos a se sentirem especiais, mas pesquisas recentes indicam que esse método tem consequências involuntárias. Uma hora, a criança percebe que a mãe e o pai são os únicos que pensam que ela é a melhor em tudo, e começam a duvidar da objetividade dos seus pais; ela se sente bem no momento, mas logo sabe que isso não condiz com a realidade. Quando os pais elogiam muito facilmente, ou ignoram o mau comportamento, as crianças aprendem a fazer menos esforço, mentir, colar na prova, exagerar suas habilidades e evitar a realidade difícil, pois não foram condicionadas a enfrentá-la. Mais uma vez, o segredo é o equilíbrio: é preciso elogiar e fortalecer a autoestima da criança sempre que ela superar um obstáculo ou atingir um objetivo, mas também ensiná-la que não há nada de mal em não ser o melhor em tudo, e que certas coisas não vêm sem se fazer algum esforço. 

4. Nós deixamos a culpa vencer a lição

Seu filho não tem que te amar a cada minuto. Seus filhos vão superar a decepção, mas não vão superar os efeitos de serem mimados o tempo todo. Então, aprenda a dizer-lhes "não" ou "agora não", e permita que eles lutem por aquilo que eles realmente precisam e dão valor. Como pais, queremos dar aos filhos tudo o que querem e "premiá-los" por suas conquistas, mas nos sentimos culpados, por exemplo, em fazer isso com um dos filhos e não com o outro. Por exemplo, quando um filho se sai bem em alguma coisa, nós sentimos que é injusto elogiar e recompensar sem fazer o mesmo pelo outro filho. Isso é irrealista e perde-se uma oportunidade de reforçar para os nossos filhos que o sucesso depende de nossas próprias ações. Além disso, tenha cuidado para não ensinar que uma boa nota na escola é recompensada com uma ida ao shopping, por exemplo. Se o seu relacionamento é baseado em recompensas materiais, as crianças não vão aprender a ter nem motivação intrínseca, nem o amor incondicional.

 

5. Nós não falamos dos nossos erros no passado

Adolescentes saudáveis ​​vão querer abrir suas asas e precisam experienciar as coisas por conta própria. Nós, como adultos, devemos deixá-los, mas isso não significa que não podemos ajudá-los a navegar por essas águas. Compartilhe com eles os erros relevantes que você cometeu quando esteve nessa fase de forma que os ajude a fazer boas escolhas. Além disso, as crianças devem se preparar para ter deslizes e enfrentar as consequências de suas decisões. Compartilhe como você se sentiu quando enfrentou uma experiência semelhante, o que o levou às suas ações, e as lições aprendidas com isso. Já que não somos a única influência sobre nossos filhos, devemos ser a melhor influência, sem ter medo de mostrar a eles que nós também cometemos erros, e aprendemos com isso.

6. Nós confundimos inteligência e talento com maturidade

A inteligência é frequentemente utilizada como medida de maturidade de uma criança e, como resultado, os pais presumem que uma criança inteligente está pronta para o mundo. Isso não é o caso. Alguns atletas profissionais e estrelas de Hollywood, por exemplo, possuem talento inimaginável, mas ainda são pegas em um escândalo público. Só porque a superdotação está presente em um aspecto da vida da criança, isso não significa que ela permeia todas as áreas. Observe com cautela. Por exemplo, a professora do seu filho pode querer que ele pule um ano na escola, pois tem o desenvolvimento cognitivo de uma criança um ano mais velha. Mas e em outras áreas? Seu filho tem a maturidade emocional para ter um bom relacionamento com as crianças mais velhas?

O mesmo vale para o outro lado da moeda: não há uma "idade de responsabilidade" ou um guia comprovado de quando uma criança deve receber certas liberdades, mas uma boa regra de ouro é observar outras crianças da mesma idade. Se você perceber que elas estão fazendo mais coisas sozinhas do que o seu filho faz, você pode estar atrasando a independência dele.

7. "Faça o que eu digo, não faça o que eu faço"

Como pais, é nossa responsabilidade sermos modelos da vida que queremos que nossas crianças levem. Nós devemos ajudá-los a se tornarem pessoas de caráter, confiáveis e responsáveis ​​por suas palavras e ações. Como modelos dentro de casa, nós podemos começar pela honestidade - mentirinhas, por menores que sejam, um dia vêm à tona e lentamente corrompem o caráter. Observe a si mesmo nas pequenas escolhas éticas que faz, porque seus filhos vão notar também. Por exemplo, se você não "dá um jeitinho" e não escolhe atalhos éticos para conseguir o que quer, seus filhos vão saber que isso não é aceitável para eles também. Mostre a eles o significado de altruísmo e amor ao próximo, participando de projetos de voluntariado com algum grupo da sua comunidade. Deixe as pessoas e lugares melhores do que você os encontrou, e seus filhos vão fazer o mesmo.
 
Está bem, falar é fácil, mas depois de ler tudo isso, como os pais podem se afastar desses comportamentos negativos?

Comece com isso:
1. Converse com seus filhos, principalmente adolescentes, sobre os problemas e questões que você gostaria que tivessem lhe ensinado antes de entrar na vida adulta. 
2. Permita que eles tentem fazer coisas fora de sua zona de conforto, mesmo que haja a possibilidade de fracasso.
3. Discuta com eles sobre as consequências futuras de não aprender certas coisas ou dominar certas disciplinas.
4. Ajude-os a combinar suas habilidades com problemas do mundo real.
5. Faça com que participem de projetos que exigem paciência, para que eles aprendam a adiar a gratificação.
6. Ensine-lhes que a vida é feita de escolhas e trocas; eles não podem ter e fazer de tudo.
7. Simule e ensine, sempre que possível, tarefas de adultos, como pagar contas ou fazer negócios.
8. No início de sua vida adulta, apresente-os a pessoas que poderão ser mentores para sua vida profissional. 
9. Ajude-os a vislumbrar um futuro gratificante e, em seguida, discuta os passos para chegar lá.
10. Sempre comemore o progresso que eles fazem em direção à autonomia e responsabilidade.

Bônus: Pergunte a si mesmo com frequência: "Como estou preparando meus filhos? Será que estou sacrificando seu crescimento a longo prazo, pelo meu ou seu conforto a curto prazo?"

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