O que é a doença de Parkinson?
É uma desordem do movimento que progride gradualmente. O Parkinson tipicamente começa em um indivíduo por volta dos 60 anos e os sintomas incluem tremores, rigidez, movimento lento e equilíbrio fraco. Eventualmente, a doença progride para dificuldades em andar, falar e outras atividades rotineiras da vida diária. Mais de 50 mil pessoas são diagnosticadas com essa doença no Brasil a cada ano. E embora não haja uma cura disponível, há medicamentos para gerenciar os sintomas como levodopa, dopamina e oxidase de monoamina. Até o momento, não são conhecidos tratamentos que retardam ou param a progressão da doença de Parkinson.
Levodopa é considerado o remédio mais potente e proeminente para tratar a doença de Parkinson, embora seu efeito tende a desgastar ao longo do tempo. Efeitos secundários negativos também foram atribuídos a esta droga, incluindo discinesia (prejuízo do movimento voluntário). Este tipo de remédio é geralmente reservado para pessoas cujos sintomas se tornaram graves o suficiente para interferir nas atividades diárias e no estilo de vida.
Em pessoas com doença de Parkinson avançada, quando os medicamentos falham, a estimulação cerebral profunda (cirurgia no cérebro), também pode ser considerada uma opção para ajudar a aliviar os sintomas.
Na maior parte dos casos, as drogas são geralmente iniciadas com a menor dose eficaz e possível de tratamento. "A introdução de L-Dopa (Levodopa) naqueles com a doença já em andamento ou em doses elevadas, pode resultar em um período acentuado de efeito positivo antes que as complicações motoras apareçam", disse Peter Jenner, autor de 'Tratamento de fases posteriores da doença de Parkinson'. Muito recentemente, a manutenção da dose de L-dopa abaixo de 400 mg por dia no início da doença mostrou reduzir o risco de indução de discinesia. No entanto, ele também observa o seguinte: "O uso precoce de L-dopa também mostrou ser o tratamento mais eficaz para os sintomas motores e não para afetar o risco de longo prazo de discinesia".
Nova droga Safinamida: Como funciona?
Pessoas que sofrem de doença de Parkinson não produzem dopamina suficiente, o neurotransmissor do cérebro. As células que produzem dopamina morrem ou podem ficar prejudicadas. Ela é necessária para o bom controle motor e dos movimentos. Além disso, a dopamina transmite sinais no cérebro que estão envolvidos em movimentos suaves e propositais, como comer, digitar e escrever.
Além disso, a safinamida também modula a liberação de glutamato. Embora o efeito específico desta ação sobre a ação terapêutica da droga seja ainda desconhecido.
A safinamida destina-se a ser utilizada em conjunto com outros tipos de drogas anti-Parkinson (como a levodopa), para a doença em estágio posterior.
Quando as pessoas começam o tratamento para os sintomas de Parkinson, as drogas geralmente funcionam muito bem e os sintomas podem ser controlados ao longo do dia. Mas à medida que o tempo avança, geralmente entre cinco a 10 anos, a eficácia dos medicamentos convencionais dessa doença diminui em muitas pessoas e o controle dos sintomas torna-se mais difícil de aliviar. Assim, uma vez que a levodopa para de funcionar, é difícil levar as pessoas de volta para uma linha de base estável e uma qualidade de vida que tinha anteriormente. Somando-se a isso, mesmo se as dificuldades motoras são controladas, questões não motoras, como distúrbios do humor, distúrbios do sono e demência tornam-se problemáticas para aqueles com doença de Parkinson de estágio posterior.
Infelizmente, não se pode prever quais as pessoas com doença de Parkinson de estágio posterior desenvolverão complicações. Embora acredite-se que a duração da doença, estágio da doença, duração do tratamento com levodopa, dosagens, sexo e peso corporal, desempenham um papel na eventual descompensação.
Entendendo os períodos do medicamento
Ativo: Equivale ao período em que os medicamentos estão funcionando adequadamente e os sintomas da doença de Parkinson são controlados. Inativo: Os períodos em que os medicamentos não estão funcionando adequadamente e os sintomas, como tremor, rigidez e dificuldade em caminhar reaparecem.
Quando a safinamida é tomada em conjunto com a levodopa, a quantidade de tempo ativo aumenta, enquanto o tempo inativo diminui.
Os Ensaios Clínicos de Safinamida
Dois ensaios clínicos randomizados trouxeram algo positivo sobre os benefícios da safinamida entre as pessoas com doença de Parkinson mais avançada. Estes participantes tinham sido diagnosticados com essa doença três ou cinco anos antes do começo do tratamento.
No primeiro ensaio clínico, 669 participantes com flutuações motoras foram avaliados. Os participantes receberam safinamida (juntamente com outras medicações anti-Parkinson) ou um placebo (juntamente com outras drogas anti-Parkinson). Os resultados mostraram que o tempo médio ativo para os participantes variou entre 9,3 e 9,5 horas.
Após seis meses de testes, essas variações de tempo ativo aumentaram em ambos os grupos de pacientes. A Safinamida mostrou-se mais eficiente elevando ainda mais o tempo ativo por 30 minutos. Após dois anos de tratamento, verificou-se que o tempo médio de permanência permaneceu aproximadamente o mesmo naqueles que tomaram safinamida, mas diminuiu nos que receberam placebo.
Além do aumento do período ativo e encurtamento do período inativo, safinamida também melhorou o movimento (motor de pontuação) naqueles que a consumiram. Doses mais altas desse mendicamento também ajudaram com atividades diárias e na qualidade de vida.
Em um segundo ensaio, que envolveu 549 participantes, foi observado que houve um aumento do período ativo por cerca de uma hora naqueles que tomaram safinamida, em comparação com aqueles que tomaram placebo. Também foram observadas reduções de tempo de paradas. Além disso, também ocorreu melhorias no funcionamento geral e na qualidade de vida.
Quais são os efeitos colaterais negativos de Safinamida?
Devido aos efeitos secundários negativos dos pacientes ao tomar safinamida, 3,7% dos participantes abandonaram o estudo - em comparação com 2,4% dos que tomaram placebo. Os efeitos adversos comuns observados incluíram:
Efeitos secundários não tão comuns, mas ainda assim graves:
• agravamento da pressão arterial elevada
• alucinações visuais e comportamento psicótico
• adormecer durante o dia
• síndrome da serotonina (quando usado com inibidores, antidepressivos e opioides)
• problemas com controle de impulsos ou comportamento compulsivo (Transtorno Obsessivo Compulsivo)
• febre e confusão
• problemas na retina
O estudo também descobriu que os seguintes medicamentos não devem ser tomados, caso você opte por tomar safinamida. A lista inclui:
Verificou-se também que, embora pessoas com insuficiência renal possam tomar safinamida, as pessoas com problemas hepáticos graves devem evitar este medicamento.
Em conclusão
Descobriu-se, por conseguinte, que a safinamida é mais útil naqueles com doença de Parkinson de fase média a tardia que sofrem flutuações motoras. Também foi observado que provavelmente este medicamento agirá melhor como uma terapia complementar ao tratamento primário com levodopa e outros fármacos já conhecidos que tratam essa doença. Observou-se que a discinesia era o efeito secundário mais frequente e que pessoas com problemas hepáticos graves ou aqueles que tomam certos antidepressivos e outros medicamentos não devem tomar safinamida.