Os números são simplesmente estarrecedores: Todos os anos, 1,5 milhão de pessoas adoecem ou ficam severamente feridas por erros ao tomar medicação e quase 100 mil morrem. No entanto, todas essas mortes e danos poderiam ser evitados com algumas simples precauções. Aqui estão os 10 erros ao tomar remédios que, segundo especialistas, podem matar ou causar graves danos. Leia e compartilhe! |
Erro 1: Confundir dois medicamentos de nomes parecidos Pode acontecer em qualquer lugar na cadeia de transmissão: talvez a caligrafia do médico seja ilegível, talvez o nome vá para o computador da farmácia incorretamente, ou talvez a troca ocorra quando o medicamento errado é retirado da prateleira. A maioria das farmácias armazena as drogas em ordem alfabética e portanto, medicamentos com nomes muito parecidos ficam bem próximos uns dos outros, o que torna grande a probabilidade do farmacêutico lhe entregar o remédio errado. Como evitar esse erro: Quando receber uma nova prescrição do seu médico, peça que ele escreva, além do nome e dosagem, o motivo pelo qual você deve tomar esse remédio (para que ele serve). Assim se, por exemplo, na prescrição estiver escrito "depressão" mas o medicamento que o farmacêutico buscou é para o coração, tanto você quanto ele vão perceber o erro. Além disso, quando comprar o remédio, verifique a bula para garantir que o nome do medicamento (de marca ou genérico), dosagem e posologia são os mesmas que na receita.
Erro 2: Tomar dois medicamentos que aumentam os efeitos colaterais um do outro Qualquer droga que você toma tem, potencialmente, efeitos colaterais, mas os problemas podem realmente ser maiores quando você toma dois ou mais medicamentos ao mesmo tempo. Há diversas formas em que medicamentos podem interagir uns com os outros, algumas muito perigosas, como diminuindo sua eficácia, potencializando-a ou ampliando um efeito colateral. Duas das mais comuns - e perigosas - interações medicamentosas envolvem pressão arterial e tonturas. Por exemplo, se você está tomando uma medicação para um problema X, cujo potencial efeito colateral é elevar a pressão arterial e, em seguida, começa a tomar um medicamento para um problema Y que tem o mesmo possível efeito colateral, a sua pressão arterial pode elevar-se perigosamente, por causa da combinação dos dois. O mesmo ocorre com a interação de dois medicamentos que listam "tonturas" como possível efeito, porque isso pode levar à sérias quedas e fraturas. Particularmente, tenha cuidado se tiver tomando varfarina ou outros remédios para trombose. Esses anticoagulantes são "os reis das interações medicamentosas", que podem causar graves problemas de coração como arritmias ou AVC. Como evitar esse erro: Sempre que receber uma prescrição do seu médico, dê a ele uma lista de todos os outros medicamentos que você toma. Pergunte a ele e ao farmacêutico sobre os potenciais efeitos colaterais do novo medicamento e tenha isso por escrito, para rever mais tarde, caso comece a tomar outro remédio. Mantenha todas essas informações arquivadas e, assim, quando receber uma nova receita, poderá comparar as informações. Se você vir o mesmo efeito colateral listado em mais de uma medicação, informe o seu médico imediatamente. |
Erro 3: Overdose por combinação de mais de um medicamento com propriedades semelhantes É muito fácil acabar tomando diversos medicamentos com ações semelhantes, apesar de terem sido prescritos para tratar condições diferentes. Por exemplo, um médico pode lhe prescrever um remédio para tratar uma dor, outro lhe prescrever um para a ansiedade, e outro lhe dar uma pílula para dormir - são condições diferentes, mas todos esses medicamentos são sedativos e, quando combinados, podem ter um efeito tóxico. O risco desse tipo de overdose é maior com drogas que funcionam através da depressão do Sistema Nervoso Central, que incluem analgésicos narcóticos (como a codeína), benzodiazepinas (como Artane, Rohipnol, Serenal, Valium, Xanax etc.), barbitúricos (como Seconal, Gardenal etc.) e algumas das drogas mais recentes como buspirona para ansiedade, e soníferos como o Zolpidem. Entretanto, é importante notar que a superdosagem pode acontecer também com drogas aparentemente inocentes, como anti-histamínicos, e remédios para tosse. Esse tipo de combinação de medicamentos é responsável por muitas mortes, especialmente entre jovens adultos. Como evitar esse erro: Preste atenção às advertências na embalagem e bulas dos medicamentos, bem como os riscos ali listados. Palavras-chave nas quais você deve prestar atenção são com sono, sonolência, tonturas, sedação, e seus equivalentes. Se mais de um dos seus medicamentos adverte contra tomá-lo antes de dirigir, ou diz que pode lhe deixar sonolento, cuidado. Isso significa que a droga tem um efeito sedativo sobre o Sistema Nervoso Central e não deve ser combinada com outras drogas (inclusive álcool), que têm o mesmo efeito.
Erro 4: Errar na dosagem Medicamentos são prescritos em uma variedade de unidades de medida, normalmente notadas usando abreviaturas ou símbolos, o que oferece uma série de oportunidades para o desastre. Só é preciso errar um único decimal, ou não ler uma única vírgula, e 1,0 mg torna-se 10 mg, uma dosagem dez vezes maior e que pode causar uma overdose fatal. Alguns dos erros de dosagem mais extremos ocorrem quando alguém erra de uma dose em miligramas para uma em microgramas, resultando em uma dose mil vezes maior. Isso acontece principalmente em hospitais, com drogas intravenosas, mas também ocorre com medicamentos de ambulatório. Outro problema comum é o erro com a frequência. Por exemplo, na hora de ler a receita, podemos não entender a letra do médico e administrar quatro vezes por dia um medicamento que deve ser dado uma vez ao dia. Como evitar esse erro: Certifique-se de que a escrita do seu médico é legível antes de sair do consultório. Se você não consegue ler a dosagem e frequência indicadas, é provável que o farmacêutico também não consiga. Se você está no hospital e uma enfermeira vai lhe administrar uma nova medicação, pergunte o que é e peça que ela confira a sua ficha para ter certeza de está certo. Não tenha medo de falar alguma coisa se você acha que está prestes a receber o remédio ou a dose errados! |
Erro 5: Ingerir bebidas alcoólicas O álcool pode também ter uma interação perigosa com xaropes para tosse, anti-histamínicos e remédios para gripes e resfriados, pois muito deles já contêm álcool em sua fórmula, o que pode lhe causar uma intoxicação. Ele pode também interagir de forma muito perigosa com certos medicamentos como antidepressivos (o que pode levar a um aumento perigoso da pressão arterial) e sedativos (o que pode deprimir o ritmo cardíaco o suficiente para levar ao coma). Como evitar esse erro: Quando você obter uma nova prescrição, pergunte ao seu médico ou farmacêutico se o medicamento é seguro para tomar, enquanto o consumo de álcool. Se você bebe bastante e sabe que é provável que irá beber enquanto estiver a tomar a medicação, informe o seu médico. Ela pode precisar de prescrever qualquer outro medicamento em seu lugar. Além disso, deve-se ler os folhetos que vêm com suas prescrições para ver se o álcool é mencionado como um risco e ler os rótulos de todos os medicamentos OTC com cuidado, tanto para ver se o álcool é mencionado como um risco, e para ver se o álcool é um ingrediente na própria medicação.
Erro 6: Tomar um medicamento de marca e a versão genérica, ao mesmo tempo Com todas as vantagens da utilização de medicamentos genéricos quando disponíveis, vem também o perigo da utilização em dose dupla, sem saber o que está tomando. Por exemplo, um diurético comum é a furosemida e um dos seus nomes comerciais é Lasix. Um paciente pode ter em casa um frasco do genérico, que diz apenas furosemida, e outro de Lasix, e não saber que eles são a mesma coisa, o que o leva a tomar o dobro da dose. Como evitar esse erro: Quando o médico prescrever uma medicação nova, confirme com ele todos os detalhes que você precisa saber. Sempre que possível, peça que ele escreva os dois nomes na receita, genérico e comercial, para que serve, sua dosagem, frequência e horários para tomá-lo. Deixe a receita sempre junto da embalagem, ou anote estas informações nela. Além disso, dê uma olhada no seu armário de remédios, lendo todas as bulas, para ver se há mais de um frasco/embalagem da mesma droga. |
Erro 7: Tomar medicamentos controlados junto com medicamentos sem receita ou alternativos, sem saber como eles interagem Outro exemplo é a aspirina comum, que dilui o sangue. Um paciente que toma uma aspirina antes de um procedimento cirúrgico, por exemplo, pode sofrer de uma séria hemorragia. Um exemplo na medicina alternativa é a erva-de-são-joão (ou hipérico), muito usada no tratamento da depressão. Ela pode interferir com antidepressivos prescritos, além de afetar a maneira como o fígado processa anticoagulantes, como a varfarina, e medicamentos para o coração, como a digoxina. Como evitar esse erro: Quando o médico prescrever uma nova receita, mencione todos os medicamentos - prescritos ou não - que você já toma, inclusive aqueles suplementos, vitaminas e remédios naturais. Além disso, nunca comece a tomar qualquer coisa antes de verificar com o seu médico como ela interage com o que você já que você está tomando.
O culpado mais grave nesta situação é o suco de toranja (grapefruit), uma fruta pouco comum no Brasil, mas que está crescendo em popularidade. O suco dessa fruta inibe uma enzima fundamental para a metabolização de diversas drogas, tais como anticonvulsivantes e remédios para reduzir o colesterol, o que pode ter consequências fatais. Outras interações menos graves incluem a cafeina, que inibe a absorção de ferro e pode ser perigosa para pacientes anêmicos. Muitos deles tomam os seus comprimidos de ferro pela manhã, mas não conseguem se curar, pois o café que tomaram está impedindo o corpo de absorvê-los. Como evitar esse erro: Quando o médico lhe prescrever qualquer remédio, pergunte a ele ou ao farmacêutico se você deve tomá-lo com comida, sem comida, ou se há quaisquer restrições relacionadas à sua dieta. |
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Erro 9: Não ajustar as dosagens de medicação quando há perda da função renal ou hepática Uma piora na sua função renal ou hepática prejudica a capacidade do seu corpo de se livrar de toxinas ou substâncias estranhas, de modo que os medicamentos podem acumular-se no seu organismo em doses maiores que as pretendidas. Um erro comum - e grave! - que os médicos cometem é não diminuir a dose prescrita quando o paciente começa a sofrer dos rins ou fígado. Há muitos remédios que não devem ser prescritos sem que o paciente antes faça certos exames nesses órgãos, mas isso nem sempre acontece. Como evitar esse erro: Quando comprar um remédio, leia a bula com atenção para ver se as funções hepática ou renal são mencionadas. Se assim for, pergunte ao seu médico sobre a necessidade de fazer exames antes de tomar a medicação.
Erro 10: Tomar um medicamento que não é seguro para a sua idade À medida que envelhecemos, nossos corpos processam medicamentos de forma diferente. Além disso, o envelhecimento traz consigo um risco aumentado de demência, bem como problemas como tonturas, quedas e pressão arterial elevada. Sendo assim, os efeitos colaterais de certas drogas podem ser muito mais arriscados para pessoas com mais de 65 anos. Na década de 1990, uma equipe de pesquisa liderada por Mark Beers elaborou uma lista de medicamentos considerados não seguros para quem tem mais de 65 anos. Esta lista de medicamentos inapropriados para idosos, conhecida informalmente como a "Lista de Beers," é um ótimo recurso e você pode imprimi-la clicando aqui. Como evitar esse erro: Leve essa lista ao seu médico e peça que ele verifique todos os medicamentos que você está tomando. Se algum medicamento que você toma está lá, peça que ele encontre alternativas mais seguras. |
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