Avós, vocês conhecem aquele momento em que seus filhos deixam os netos por algumas horas ou até um dia inteiro, e todos vocês se divertem? As crianças estão se comportando, brincam bem e você até consegue colocá-las na cama sem nenhum barulho. E então, quando seus pais vêm buscá-los, há uma expressão de choque e alívio em seus rostos quando você lhes diz que seus filhos foram angelicais.
Sempre a mesma pergunta - "Mãe, pai, como vocês conseguem isso? Eles nunca são tão bem-comportados comigo". Se por um momento você acha que seus filhos não são bons pais para seus netos, ou talvez não sejam rígidos o suficiente, garantimos que não é o caso. Existe uma ciência real por trás do motivo pelo qual as crianças se comportam diferente (para pior) quando estão perto de seus pais, principalmente da mãe.
Eles se sentem mais seguros perto da mãe
Pesquisamos muitos recursos sobre esse tópico interessante que parece cruzar fronteiras culturais. Para onde quer que olhássemos - uma razão para o mau comportamento das crianças foi unanimemente acordada: as crianças se sentem mais seguras perto da mãe, portanto, soltam-se mais perto dela. Annie Gurton, terapeuta psicológica e de relacionamento na Austrália, que conversou com a publicação Healthy Mommy, afirma que ninguém, nem mesmo o pai, pode oferecer a mesma sensação de segurança que a mãe pode. Isso não quer dizer que outros pais ou cuidadores causem um sentimento ameaçador à criança - mas por mais que você tente, nenhum amor se compara ao de uma mãe.
Os especialistas de Motherly concordam. As crianças "engolem" tudo durante o dia, assim como você faz no trabalho. Pense no seu dia de trabalho: você faz suas tarefas com eficiência e se comporta de maneira agradável, apenas para voltar para casa e desabafar sobre a Camila da Contabilidade ou o Renato do RH para seu cônjuge. "Eles põem tudo para fora porque mamãe e papai, embora possam ficar zangados, não os rejeitarão ou os abandonarão."
Reader's Digest conversou com a Dra. Claudia Luiz (Psicologia do Desenvolvimento), e ela ajudou a lançar uma luz diferente sobre os maus comportamentos das crianças pequenas. "Quando as crianças se permitem comportar-se mal, elas também se permitem ser vulneráveis, e devemos abrir espaço para isso porque incentiva a proximidade, a segurança e a força". Isso é verdade, enfatizamos, para crianças, mas não para adolescentes.
Pode haver competição por atenção
Vários outros especialistas mencionaram que pode haver uma causa adicional para o mau comportamento das crianças em torno de suas mães. Eles podem estar competindo por sua atenção. Isso pode acontecer mesmo que seu filho não tenha irmãos para competir - os outros concorrentes na competição pela atenção da mãe são seu trabalho, sua vida privada e até mesmo o tempo que ela tira sozinha para si mesma.
Outro motivo pode ser a busca clássica de esticar os limites. Annie Gurton afirma que "as crianças se sentem muito desconfortáveis e, no fundo, sentem-se inseguras quando não há limites". Ela acrescenta que " vai empurrar e empurrar até encontrar um".
O pediatra Steve Silvestro dá um ângulo interessante sobre o porquê das crianças quererem testar nossos limites: é nossa própria falta de coerência como pais. Ele dá como exemplo a sala de aula: na escola, existem protocolos rígidos de como lidar com as travessuras. Por exemplo, a primeira vez que o professor olhar para você não tem maiores consequências, mas a segunda vez será na sala do diretor. Este protocolo é conhecido por todas as crianças desde o primeiro dia, sem exceções.
Mas em casa, manter esse tipo de coerência estrita é difícil. Ou estamos cansados de chamar a atenção dos filhos mais uma vez, ou tratamos alguns comportamentos com mais seriedade do que outros, ou simplesmente não existe um sistema estrito estabelecido, como a sala da direção da escola. Quando você leva em conta o que aprendemos na primeira seção, as crianças sabem que, mesmo que seus pais estejam chateados, gritando ou até punindo, eles nunca os abandonarão e nunca deixarão de amá-los. Se forem rudes com os amigos, por exemplo, estes podem simplesmente ir embora. Os pais nunca iriam embora.
O que pode ser feito?
Em sua conversa com The Healthy Mommy, Annie Gurton disse "fazer com que as crianças se comportem melhor depende da idade". O que isto significa? Para crianças pequenas, significa introduzir responsabilidades o mais rápido possível. Estes podem ser guardar seu próprio prato após a refeição ou pegar os brinquedos e colocá-los de volta na cesta antes de dormir. Isso ajuda as crianças com um senso de propósito e ajuda a criar a noção de que a mãe não é uma serva; em vez disso, os esforços domésticos são uma preocupação da equipe.
Para os adolescentes, você deve estabelecer seus limites e os limites deles simultaneamente, mas não pense que isso significa colocá-los na coleira. Você não está tentando controlá-los! Agora que eles estão amadurecendo, você pode negociar suas tarefas e concordar com eles juntos. Os adolescentes precisam de responsabilidades, porque assim eles sabem que você confia neles. Estas não são tarefas sem objetivo ou de controle – elas realmente têm um papel no funcionamento diário da casa.
Os especialistas de Motherly concordam: em qualquer idade, eles sugerem que você tente conquistar a confiança de seus filhos, não seu controle sobre eles. Por mais desafiador que seja, seus filhos precisam que você os deixe purgar suas emoções, depois de terem aguentado tudo por períodos prolongados. Para fazê-lo com sucesse, eles dão duas dicas:
- Mostre compreensão, mesmo que você não esteja, necessariamente, de acordo. Expresse empatia.
- Nos momentos acalorados, evite "explicar, consertar, criticar e resolver problemas"
Úteis como sempre, eles ainda fornecem dois exemplos de frases comuns que seu adolescente pode atirar em você e como responder de uma maneira que beneficie ambas as partes Veja a seguir:
1. Se seu filho disser: ‘Eu te odeio! Você nunca me deixa fazer nada!'
* Reação antiga “Como você pode dizer isso? Não é verdade. Veja tudo o que faço por você.”
* Nova reação “Você parece realmente chateado.” (Você pode continuar com “Há algo mais acontecendo que você queira me contar?”)
2. Se seu filho chegar em casa e começar a bater portas ou jogar coisas.
* Reação antiga 'Nós não batemos portas/jogamos coisas nesta casa.'
* Nova reação “Algo muito perturbador deve ter acontecido para deixá-lo com tanta raiva.”
Você entendeu a ideia.
Finalizando, Motherly fornece uma regra prática: nomeie a emoção que você vê e pergunte o que eles precisam de você. Vamos explicar: já no jardim de infância aprendemos a nomear nossos sentimentos - isso não é uma habilidade inerente ao ser humano. Alguns adultos passam anos em terapia aprendendo a processar suas emoções. Quanto à parte "pergunte a eles o que eles precisam de você", pode haver uma série de respostas que você pode dar. Talvez eles não queiram um abraço – talvez eles só precisem que você ouça. Talvez eles não queiram palavras de conforto e empatia - talvez eles queiram que você ajude com uma solução prática. Ouça-os primeiro, e depois, aja.