O sono é extremamente importante para nossa saúde física e mental. Mas o que é uma rotina de sono boa e saudável? A resposta a essa pergunta pode variar de acordo com a cultura de uma pessoa e o seu país de origem. Como a maioria dos costumes humanos, o sono parece diferente em diversas partes do mundo. Uma vez que outros países desenvolveram diferentes horários de trabalho, prioridades e estilos de vida, as rotinas de sono foram adaptadas de acordo.
Aqui estão 9 hábitos de sono de todo o mundo - alguns deles podem surpreendê-lo e alguns são tão saudáveis que você pode até querer adotá-los.
Fonte da imagem: Chris Gladis / Flickr
Dois terços dos japoneses não dormem à noite o suficiente após um dia duro de trabalho (menos de 7 horas), de acordo com o New York Times. Esta é provavelmente a razão para o costume japonês de inemuri - que se traduz aproximadamente como “dormir em serviço” ou “dormir enquanto estiver presente”. Geralmente, cochilar em espaços públicos como o trem ou um banco de parque, ou mesmo no trabalho, é bem aceito no Japão. Em uma cultura que valoriza tanto a diligência, adormecer em público é visto como uma demonstração de como você está cansado de tanto trabalhar.
A tradição espanhola da sesta remonta a pelo menos mil anos, de acordo com Sleep.org. Os historiadores acreditam que se originou para dar aos agricultores tempo para descansar e restaurar as energias em climas quentes. Ao contrário dos inemuri japoneses, a sesta - ou cochilo do meio-dia - é feita em particular.
As pessoas na Espanha fazem uma pausa de duas horas no meio-dia para ir para casa, almoçar sem pressa e, com frequência, tirar uma soneca. O costume se espalhou pela Itália, Grécia e outros países quentes para que as pessoas pudessem escapar da parte mais quente do dia. A pesquisa mostrou que tirar uma sesta traz vários benefícios, como aumentar nossos níveis de concentração, criatividade e coordenação. Talvez esta seja uma prática que mais países ao redor do mundo deveriam considerar adotar.
O Reino Unido tem uma forte preferência por dormir nu. Na verdade, quase 30% dos cidadãos do Reino Unido se despem completamente na hora de dormir, de acordo com um estudo realizado pela National Sleep Foundation. Embora dormir nu não seja algo inédito em outras partes do mundo, esse hábito é amplamente difundido no Reino Unido. E parece que os britânicos sabem o que estão fazendo, pois dormir sem roupas tem benefícios comprovados para a saúde - melhora a circulação sanguínea, melhora a qualidade do sono e reduz o estresse e a ansiedade.
Em países escandinavos como Noruega e Suécia, os pais costumam deixar seus bebês ao ar livre para tirar uma soneca, mesmo em temperaturas tão baixas quanto -6 graus Celsius (os bebês estão vestidos e cobertos adequadamente, é claro).
Não é incomum ver um carrinho de bebê estacionado em frente a uma loja, enquanto os pais fazem suas compras, por exemplo. Creches e pré-escolas até mesmo têm horários específicos para as crianças tirarem uma soneca ao ar livre. Acredita-se que o ar fresco é bom para os bebês e que expô-los ao ar livre evitará que adoeçam.
No Brasil e em outros países ocidentais, o quarto de dormir geralmente é associado apenas ao sono. Comer é reservado para a cozinha ou copa, enquanto a socialização geralmente é feita na sala de estar. No Afeganistão, entretanto, os cômodos da casa podem servir a vários propósitos. Quando chega a hora de deitar e dormir, as pessoas desdobram os colchões e tiram os cobertores e os lençóis. Depois de acordar, a roupa de cama é dobrada e os colchões são empurrados para o lado para abrir o quarto para uso durante o dia.
Você era mandado para a cama cedo, quando criança? Ou talvez seus próprios filhos e netos tenham um horário restrito para dormir, no início da noite? Isso é muito comum no Brasil, mas não é o caso na Argentina.
Os pais argentinos provavelmente envolvem muito mais seus filhos em atividades noturnas. Faz sentido, considerando que o jantar na Argentina muitas vezes não começa até pelo menos 21h. Então, as crianças podem ficar até as 22h ou até mais tarde para comemorações e feriados. Como esperado, as crianças na Argentina tendem a acordar mais tarde também.
Um cachorro é o melhor amigo do homem e, aparentemente, as pessoas nos Estados Unidos vivem assim em todos os momentos do dia, inclusive durante o sono. De acordo com uma pesquisa recente, 71% dos americanos permitem que seus cães durmam com eles na cama à noite, pelo menos ocasionalmente. Isso é mais do que qualquer outro país pesquisado. Você pode pensar que essa prática perturba o sono de alguns donos de animais de estimação, mas é exatamente o oposto. Quando a Clínica Mayo pesquisou os proprietários de animais de estimação entrevistados, eles disseram que dormir com animais de estimação proporciona calor, felicidade e relaxamento.
Fonte da imagem: Leonard J Matthews / Flickr
Os indígenas das Terras Altas da Guatemala criam “bonecas da preocupação” para ajudá-los a dormir à noite. As minúsculas bonecas de madeira feitas à mão são vestidas com trajes maias tradicionais e geralmente não medem mais que 5cm. Segundo a lenda maia, alguém cujas preocupações o impeçam de dormir deve compartilhar suas angústias e ansiedades com as bonecas. Em seguida, colocar a boneca embaixo do travesseiro, e ela assume todas as preocupações para que a pessoa durma em paz. Ao amanhecer, a pessoa acorda aliviada das preocupações porque a boneca levou todas embora à noite.
Apesar dos verões quentes e úmidos na Coreia do Sul, você não encontrará muitas pessoas no país se refrescando com um ventilador elétrico enquanto dormem. Muitas pessoas, principalmente da geração mais velha na Coreia do Sul, têm a superstição de que, se você adormecer ao lado de um ventilador elétrico, nunca acordará.
Mas de onde vem esse mito persistente? O primeiro caso relatado de ‘morte por ventilador’ no país ocorreu no início dos anos 1970, quando um homem foi encontrado morto em seu quarto com as janelas e portas fechadas e dois ventiladores elétricos ligados. Desde então, histórias de supostas mortes de fãs têm aparecido regularmente em fontes de notícias sul-coreanas. Nunca foi provado que foi o vento que matou a pessoa, mas mesmo assim a "morte por ventilador" continuou sendo uma fonte de preocupação generalizada no país.
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