O Deserto de Atacama, no norte do Chile, é famoso por ser o lugar mais seco do mundo. É um planalto praticamente sem chuva que possui mais de 965 quilômetros de largura e é 50 vezes mais seco que o Vale da Morte nos Estados Unidos, com uma precipitação média de apenas 1 milímetro por ano em toda a região. Entretanto, algumas estações meteorológicas nunca relataram qualquer precipitação no local desde que começaram a registrar tais dados.
A paisagem do Atacama foi esculpida pela atividade vulcânica na área e é como nenhuma outra. Quando vir as belas cores das lagoas, picos vulcânicos e vastas bacias de sal que cobrem o deserto, você vai entender por que este é um dos destinos de viagem que mais tem crescido em popularidade do mundo.
Vista do lago perto de Piedras Rojas, a 4000m de altitude.
Vista sobre parte do Salar de Talar, com belos vulcões de rocha vermelha ao fundo.
Laguna Miñiques, um lago de grande altitude em uma cratera vulcânica.
Dado que o Deserto do Atacama é famoso por ser o local mais seco da Terra, pode ser uma surpresa para muitos encontrar uma série de lagos de grande altitude, que pontilham toda a área e proporcionam um belo contraste de cor contra as paisagens vulcânicas vermelhas. No entanto, muitas centenas de anos atrás, pequenos períodos de fortes chuvas causaram a acumulação de água em bacias e criaram pequenos lagos. Outras lagoas formadas a partir do derretimento de geleiras durante a última Idade do Gelo permanecem até hoje. Os lagos são, em geral, extremamente salgados e, como mais água evapora na área do que chove, os lagos estão tecnicamente secando - embora ainda fiquem por lá por mais algum tempo.
Vista sobre o Valle de la Muerte (Vale da Morte) perto da cidade de San Pedro.
Valle de la Luna (Vale da Lua) é assim chamado porque a paisagem é muitas vezes comparada à nossa lua.
Uma caminhada pelo deserto dá aos visitantes a sensação de estar em "outro planeta".
Muitos visitantes vêm ao local para ver por si mesmos sua famosa paisagem "de outro mundo". E as comparações com terras distantes não são apenas estéticas - elas estão fundamentadas na ciência. Descobriu-se que as amostras de solo recolhidas do deserto possuem uma composição semelhante às amostras colhidas de Marte. A NASA até usa a área para testar veículos itinerantes e outros instrumentos antes de partir em missão para o planeta vermelho.
Flamingos em Laguna Chaxa.
As vicunhas são parentes das lhamas e vivem em grandes rebanhos perto de fontes de água.
As viscachas são moradoras curiosas do deserto e reconhecíveis pelas suas grandes orelhas e caudas encaracoladas. Elas são parentes das chinchilas.
Apesar das duras condições, a natureza (como tantas vezes acontece) tem encontrado uma maneira de prosperar. Muitas variedades de uma flora estranha e maravilhosa adicionam um pouco de cor à paisagem, e um grande número de espécies animais fizeram do deserto sua casa. As vicunhas, primas das lhamas, as pequenas e peludas viscachas a elusiva raposa-cinzenta-argentina estão entre os mamíferos da região, enquanto uma variedade de aves também pode ser vista, incluindo três tipos diferentes de flamingos.
Um claro dia de verão em Laguna Chaxa.
Nuvens e vulcões de rocha vermelha que refletem nas lagoas altiplânicas do planalto.
Cobertos de neve, vulcões perfeitamente cônicos estão em toda parte.
O deserto esteve no centro de uma enorme disputa de terras entre o Chile e a Bolívia, em 1800, porque a área é o lar da maior reserva de nitrato de sódio do mundo, uma lucrativa fonte de possibilidades econômicas. A indústria de mineração continua a ser um grande negócio hoje, e há muitas cidades abandonadas que fornecem uma lembrança das práticas de mineração do passado. O Chile venceu a disputa de terras, o que ainda é a causa de algum ressentimento em toda a fronteira hoje em dia.
O pico cônico do vulcão Lincancabur.
A atividade vulcânica é extremamente perceptível nos Geysers del Tatio.
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Dois tipos de branco: o sal de Salar de Tara em frente aos picos nevados.
O deserto é em grande parte isolado, com apenas algumas pequenas cidades que pontilham a paisagem. Os visitantes podem chegar por via aérea ou terrestre na maior cidade da região - Calama - e a maioria vai para San Pedro de Atacama, de onde muitas excursões para a região podem ser organizadas. O isolamento do deserto e a falta de luz ambiente fazem dele um lugar especial para se estar quando a noite cai, oferecendo não apenas um pôr-do-sol espetacular, como também vistas incríveis das estrelas após o anoitecer. Trata-se de um dos melhores lugares do mundo para observar a Via Láctea, e é fácil participar de uma excursão de observação de estrelas que vai agradar a qualquer amante da astronomia.
Pôr-do-sol sobre as salinas.
A deslumbrante vista da Via Láctea dominando o Deserto do Atacama.