William Bushnell Stout foi um engenheiro inovador que deixou sua marca no design de carros e aviões, ou unindo os dois, como fez com o Skycar. Ele também é conhecido por criar os comissários de bordo e as refeições nos aviões durante o voo, dentro de sua própria companhia aérea, a Stout Airlines.
O conceito de unir lazer e conforto em carros foi apresentado por ele ao inventar o Stout Scarab, considerado o precursor das minivans que surgiram posteriormente. De comprimento alongado, artigos de luxo no interior (que inclui uma mesa) e estrutura de alumínio, esse carro de visual futurístico poderia ter sido um sucesso de vendas, mas o valor na época – 5 mil dólares, cerca de 95 mil nos dias de hoje – dificultou tal êxito.
Para aqueles que estão se perguntando sobre esse nome, é isso mesmo: ‘Oeuf Electrique’ é ‘Ovo Elétrico’ em francês, mas tal título tem fundamento. Ele tem apenas três rodas, é quase todo coberto de vidro e funcionava a baterias, mesmo depois da difusão da gasolina, que se tornou o abastecimento mais comum para veículos. O corpo em alumínio e o acrílico curvado deram ao carro esse formato singular, além do tamanho compacto. Não nos surpreenderia caso inventem um desses em um futuro próximo, para que possamos estacionar em vias cada vez mais congestionadas.
Norman Timbs foi, principalmente, engenheiro e designer de carros de corrida, mas suas incursões no design de carros comuns deu ao mundo uma invenção singular. O Special tinha um pouco mais de 5 metros de comprimento e pesava apenas 998 quilos, e sua estrutura contava com um Buick Straight-8 engine – um motor de oito cilindros em linha – com carburador duplo e sistema de suspensão independente, adaptados de veículos da Ford. As formas elegantes e linhas alongadas, além da roda escondida na parte traseira, resumem a grande beleza deste veículo. Somente um Norma Timbs Special foi fabricado. Uma pena que não existam mais unidades.
O ser humano sempre teve um fascínio de unir os recursos dos carros e dos aviões em uma só invenção, mas isso teve seu auge na fase do pós-guerra. O GM Firebird de 1953 é um dos maiores exemplos disso. Era essencialmente um avião a jato com rodas, e motor de turbina, capaz de chegar a 370 cavalos de potência, que era de altíssima capacidade na época. A cabine de piloto arredondada e o leme complementavam a estética aeronáutica, assim como outros acessórios para guiá-lo, como por exemplo as abas que auxiliavam nos freios, semelhantes às de aeronaves.
O X Gilda foi criado a pedido do executivo de designer da Chrysler, Virgil Exner, e seu conceito explorou todas as possibilidades de design e alta performance na época. O carro imita o formato de um foguete, com formas estreitas, frente afunilada e abas traseiras. Os fabricantes queriam colocar um motor a jato, mas por motivos de praticidade, foi instalado mesmo um motor de 1,5 litro. Nunca foi lançado, mas com certeza teria uma fila de compradores se tivesse sido fabricado.
Este é o tipo de carro que você pode se imaginar dirigindo no espaço, caso tivéssemos ido tão longe. E não é um modelo que salta aos olhos, como o Norman Timbs Special. Na época, a Ferrari tinha contrato com a empresa de design Pininfarina para inventar um modelo inovador, e esse foi o resultado. Embora visualmente bizarro, o 512 S Modulo foi um sucesso. As portas de painel de vidro abrem para a frente e, assim como a maioria dos carros conceituais, é bem devagar. Talvez seja a criação mais estranha de toda a história da Ferrari.
Outro carro que parece fora de órbita, como se estivesse andando em Marte, é o Lancia Strato HF Zero. De formato achatado, ele não tinha janelas laterais, mas o enorme para-brisas possibilitava uma ótima visão tanto da estrada quanto do céu. Era movido por motor V4 de 1,6 litros e 115hp. Os assentos eram na horizontal, para que pudessem estar o mais próximo possível do chão. Foi uma resposta da Bertone ao Ferrari Modulo (visto acima) criado pela Pininfarina. E o Bertone venceu a batalha: conseguiu a proeza de ter apenas 33 polegadas, enquanto o Modulo tinha 36.
Edsel Ford adorava inovação. E por ser presidente da Ford na época, ele solicitou aos engenheiros um veículo de design e manufatura exclusivos. O Speedster, de 1932, foi um exemplo dessa sua paixão por inventividade. Feito com bastante alumínio – desde o corpo em forma tubular até o painel – e três sistemas rápidos de transmissão, o carro também era veloz. Podia ultrapassar os 90 quilômetros por hora.
Gabriel Voisin foi outro designer que começou sua carreira na aviação, mas após a Primeira Guerra Mundial ele redirecionou seus talentos para o automobilismo e criou a Voisin, empresa voltada somente para carros de luxo. No entanto, a Grande Depressão Econômica de 1929 dificultou as vendas, pois poucos podiam gastar dinheiro em carros com preços tão altos. Mas ele respondeu à altura, no melhor estilo Maverick, produzindo outros modelos mais expansivos e ainda mais caros! Ou seja: foram produzidos apenas 28 desses maravilhosos C-25 Aerodynes. Cada um deles tem um teto de abrir que funciona por uma bomba a vácuo, instalada dentro do porta-malas.
Este é um carro que talvez divida opiniões. A marca Tasco (The American Sports Car Company) foi um produto do pós-guerra, numa época em que o design e a inovação refletiam o otimismo da sociedade após anos de guerra e crise econômica. O designer responsável pelo 1948 Tasco foi Gordon Buehrig, que também trabalhou na aviação e no design de veículos com apelo mais comercial. O modelo foi previsto como metade-carro e metade-avião, inspirado nos modelos de caça da Segunda Guerra Mundial. A cobertura de fibra de vidro sobre as rodas eram flexíveis e se mexiam conforme o carro era guiado.
O Le Sabre da GM também é considerado um dos mais importante carros conceituais da década de 1950, principalmente pela posterior influência no mundo do design automobilístico. Introduziu atributos muito importantes, como o envolvente para-brisas e as duas abas traseiras, que se tornaram padrão no design automobilístico e persistiram até a década de 1960. Este modelo é até hoje um dos mais populares entre os amantes de carros.
Em uma lista onde a maioria dos carros foi inspirada em jatos e aviões, o Thunberbold da Chrysler, de 1941, ganha destaque, pois seu design art déco foi inspirado em trens no formato streamliner, de formas arredondadas e aerodinâmicas, em vez de usar uma frente pontuda e abas traseiras, como o Gilda, por exemplo. O Thunderbolt tem várias peculiaridades de design, como o botão na porta ao invés de maçanetas, janelas hidráulicas e faróis camuflados no corpo do carro, revestido de alumínio. Os atributos do Thunberbold foram muito importantes, pois direcionaram o design automobilístico nas décadas seguintes.
O Buick Centurion de 1956 foi outro veículo que trouxe alguns conceitos arrojados antes mesmo de se tornarem comuns. O mais notável foi a câmera retrovisora, para dar mais segurança e facilitar a vida do motorista na hora de estacionar. Já outros atributos não foram assim tão atraentes, como o teto arredondado em estilo aeroespacial acoplado ao para-brisas. Seu formato peculiar, assim como o interior inspirado na aeronáutica, dividem opiniões entre os amantes do automobilismo: eles amam ou odeiam o Centurion.