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Pesquisa: A relação entre o olfato e o Alzheimer

O Editor: Anna D.

A maioria das pessoas pensa que a perda de memória é o primeiro sinal do Alzheimer, mas e se os sinais de alerta começassem muito antes, bem debaixo do seu nariz? Acontece que seu olfato pode revelar muito mais sobre seu cérebro do que você imagina. Uma nova pesquisa sugere que um simples teste de coçar e cheirar pode ajudar a detectar o Alzheimer muito antes que a memória comece a falhar.

Um grupo de pesquisadores do Hospital Geral de Massachusetts tem trabalhado em um teste de olfato que pode fazer exatamente isso: detectar discretamente mudanças cognitivas precoces, mesmo antes de você notar algo estranho.

O estudo, publicado na Scientific Reports, apresenta um teste revolucionário de cheiro doméstico conhecido como AROMHA. Esta abordagem inovadora busca abordar um grande desafio na medicina: a necessidade de métodos acessíveis e não invasivos para detectar a doença de Alzheimer antes que os sintomas apareçam.

 

O que o cheiro nos diz sobre o cérebro

O olfato não se refere apenas a sentir o aroma do jantar ou sentir um perfume. As partes do cérebro que processam cheiros estão intimamente ligadas às áreas responsáveis ​​pela memória e pelo pensamento. Essas áreas estão entre as primeiras a serem afetadas pela doença de Alzheimer. Muito antes dos problemas de memória aparecerem, pequenas alterações começam a se enraizar nesses circuitos, às vezes até 20 anos antes dos sintomas aparecerem.

Isso faz do olfato uma ferramenta interessante para detectar alterações cerebrais precocemente. Os cientistas sabem há anos que a perda do olfato é comum em várias doenças neurológicas. O que está mudando agora é como podemos aplicar esse conhecimento de forma prática.

Descubra o teste AROMHA: raspar, cheirar e pensar

A relação entre o olfato e o Alzheimer

O teste desenvolvido para esta pesquisa chama-se AROMHA e é surpreendentemente simples. Um conjunto de cartões com aromas é enviado pelo correio. Cada um tem um rótulo com um cheiro. Basta raspar, cheirar e seguir as instruções online.

Mas não se trata apenas de reconhecer o cheiro. O teste também avalia a capacidade da pessoa de distinguir diferentes odores, sua intensidade e se ela consegue se lembrar deles mais tarde. Inclui até uma autoavaliação integrada: depois de responder, os participantes avaliam seu nível de confiança em sua escolha. Esse tipo de autoconsciência tem sido associado à rapidez com que as mudanças cerebrais ocorrem, adicionando um novo nível de informação.

O que o estudo descobriu

Os pesquisadores analisaram mais de 180 pessoas, incluindo aquelas com função cerebral saudável, algumas com problemas de memória, mas resultados de testes normais, outras com comprometimento cognitivo leve (CCL) e algumas com perda de olfato diagnosticada.

O que mais chamou a atenção foi a grande dificuldade que as pessoas com CCL tinham em identificar e reconhecer odores. Esse declínio não se deveu apenas à idade. Embora seja normal que o olfato diminua um pouco com o tempo, o declínio nesse grupo foi mais pronunciado, sugerindo mais do que apenas envelhecimento ocupacional.

Houve também um grupo com perda completa do olfato, e suas pontuações ficaram em torno do nível de incerteza, demonstrando que o teste cumpriu seu propósito: medir a verdadeira capacidade olfativa.

Fácil de fazer, não importa onde você esteja

A relação entre o olfato e o Alzheimer

Um aspecto interessante do teste foi sua flexibilidade. As pessoas fizeram isso em diferentes ambientes: em casa, sozinhas, durante uma sessão remota com um pesquisador ou pessoalmente. Independentemente de como eles realizaram, os resultados permaneceram constantes. A língua também não influenciou; Funcionou bem tanto em inglês quanto em espanhol.

E apesar do que muitas vezes se presume sobre tecnologia e adultos mais velhos, a maioria das pessoas com mais de 55 anos conseguiu fazer o teste sem problemas. Isso é importante, pois abre caminho para que um teste como esse se torne parte do atendimento médico de rotina: simples, acessível e barato.

Por que isso pode mudar a maneira como fazemos o diagnóstico de Alzheimer?

A relação entre o olfato e o Alzheimer

Hoje em dia, muitas pessoas não fazem o teste até que os problemas de memória já estejam afetando sua vida diária. Mas, a essa altura, o dano já está muito avançado. Detectar problemas precocemente pode abrir portas para novos tratamentos ou até mesmo permitir que as pessoas participem de ensaios clínicos enquanto seus cérebros ainda estão em melhor forma.

Um teste de olfato pode eventualmente se tornar parte de rotina de exames médicos para pessoas acima de uma certa idade, assim como verificações de colesterol ou pressão arterial. Também é possível que diferentes problemas olfativos ajudem a distinguir diferentes condições cerebrais: o Alzheimer geralmente causa dificuldade em identificar odores, enquanto o Parkinson tende a reduzir o olfato geral.

E como o teste pode ser feito em casa, ele pode ajudar pessoas em áreas com acesso limitado a especialistas. Isso torna a detecção precoce mais realista para um grupo muito maior de pessoas.

Panorama geral

Ainda há muito a ser feito antes que esse tipo de teste se torne uma prática comum. Mas é um passo emocionante. Isso mostra que nosso olfato pode fazer mais do que nos guiar até a comida ou nos alertar sobre perigos: ele pode detectar silenciosamente alterações cerebrais muito antes que problemas de memória apareçam.

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