Como aceitar seu corpo como ele é

Pense por um momento sobre as últimas vezes em que você riu de todo o coração e se sentiu livre — aqueles momentos em que você não pensou em seu corpo. Naqueles momentos, você estava no mesmo corpo em que está agora, mas conseguiu ser feliz porque não estava focado em seus pensamentos sobre ele. É fácil pensar que o corpo é o problema, mas se você pode experimentar momentos de felicidade em seu corpo e depois se sentir péssimo nele, o problema provavelmente não é seu corpo — é seu pensamento. Claro, se seu corpo não estiver saudável, você deve fazer mudanças para curá-lo, mas a raiz da maior parte do sofrimento que vivenciamos em relação aos nossos corpos está principalmente ligada aos pensamentos que nos sobrecarregam.

É por isso que algumas pessoas, que podemos ver como tendo um corpo perfeito, sempre alegarão que estão insatisfeitas com ele, enquanto outras, que podemos rotular como acima do peso, se sentem livres e à vontade em seus corpos. Nas próximas semanas, observe os momentos de felicidade e paz que você experimenta. Então, quando você se encontrar preso sob o fardo de pensamentos negativos sobre seu corpo, lembre-se do motivo, que está na sua percepção negativa e não no estado do seu corpo em si.

Para muitas pessoas, a insatisfação com o corpo se torna o centro de suas vidas e prejudica sua paz e relacionamentos. Para outras, as visões ditadas pela sociedade sobre beleza podem distraí-las e interferir em suas vidas. Em ambos os casos, o ódio a si mesmo faz com que as pessoas percam o que a vida tem a oferecer, pois a maioria de seus pensamentos está preocupada com essa questão. Mas a pergunta que essas pessoas devem se fazer é se seu peso ou formato corporal importam mais para elas do que sua saúde ou a própria vida?

Além do formato do seu corpo, o que realmente importa para você na vida? Imagine que o último mês da sua vida acabou de começar e todas as esperanças de mudar o formato do seu corpo se foram — como você gastaria seu tempo? O que você pensaria agora? As respostas revelarão o que importa mais para você.

Nosso corpo trabalha incansavelmente, realizando inúmeras ações que nos ajudam a viver, mas a maioria das pessoas se esquece de agradecer, apreciar ou até mesmo ignorá-lo ou prejudicá-lo. Você deve ser o melhor amigo do seu corpo, não um valentão que abusa dele. Se você tende a criticar seu corpo e compará-lo negativamente aos outros, é altamente recomendável que você reserve um momento para agradecê-lo por todas as coisas maravilhosas que ele faz por você sem que você peça.

Agradeça ao seu corpo todos os dias. Pense nos sistemas e órgãos que trabalham nele 24 horas por dia. Agradeça pelos sentidos da visão, tato, olfato, audição e paladar que você ainda tem e aprecie-os, porque essas são as coisas mais importantes que seu corpo fornece para que você possa viver sua vida. Ajude-o a manter esses sentidos e todos os processos internos trabalhando dentro dele e, ao fazer isso, você se ajudará a viver sua vida como deveria.

O ódio a si mesmo é como um vírus que toma conta de você e cria muitos problemas. Em tal estado, você fica vulnerável a pensamentos negativos adicionais que causarão problemas, distanciando você da cura da situação que começou tudo — o ódio a si mesmo. Esse sentimento nos faz pensar que é o que nos motivará a ajudar a nós mesmos e nos dará impulso, mas se o ódio a si mesmo realmente nos ajudasse a perder peso, a maioria das pessoas ficaria magra da noite para o dia.

Pergunte a si mesmo: se o ódio a si mesmo que você está sofrendo o ajuda a se sentir melhor, por que você não se sente melhor já? Tente ver se o amor próprio e a honestidade podem motivá-lo mais. Trate-se da maneira como trataria uma criança amada e alimente sentimentos positivos em vez de negativos..

A indústria de dietas se baseia no mito de que pessoas magras são mais felizes, mas pense nisso: você conhece pessoas magras que não são felizes o tempo todo? Você conhece pessoas mais cheias de corpo que estão satisfeitas com suas vidas na maior parte do tempo? A resposta para ambas as perguntas é provavelmente "sim". A ideia de que a magreza proporciona felicidade é desafiada todos os dias por alguém que perdeu peso por meio de uma dieta e recuperou tudo logo depois, o que acontece com pelo menos algumas pessoas que fizeram dieta. Se a magreza proporcionasse felicidade, aqueles que perderam o excesso de peso viveriam felizes para sempre. As pessoas podem ser felizes ou decepcionadas com qualquer tamanho de corpo, e sua felicidade depende muito mais do seu relacionamento consigo mesmo do que de qualquer outra coisa.

Você consegue encontrar algo em sua vida que lhe traga felicidade agora e não esteja relacionado ao formato do seu corpo? Você consegue ver que, no nível básico da vida, somos todos essencialmente semelhantes? Todos nós tememos certas coisas, todos nós queremos amor, estamos todos aqui temporariamente, todos nós temos problemas e todos nós passamos por momentos bons e ruins. Da próxima vez que você se comparar a alguém mais magro ou musculoso, diga a si mesmo que você está apenas inventando uma história sobre a felicidade dessa pessoa e que, na realidade, você não tem ideia do que se passa na mente dela.

Nem sempre somos responsáveis ​​pelos pensamentos que vêm à nossa cabeça de fontes externas, e não é nossa culpa termos nascido em uma cultura obcecada com aparência, magreza e perfeição. Quando pensamentos dolorosos sobre seu corpo surgem em sua cabeça, não é sua culpa; ninguém pensa consigo mesmo: "Em 5 minutos, vou me comparar a outra pessoa, pensar que sou gordo e me sentir péssimo a tarde toda como resultado". Pensamentos negativos sobre o formato do nosso corpo surgem automaticamente quando não estamos preparados para eles, mas você pode melhorar sua capacidade de capturá-los e reconhecê-los, e essa é sua responsabilidade. Você pode não ser capaz de evitar pensamentos negativos completamente, mas pode ser você quem decide o que fazer com eles quando eles chegarem, graças à sua consciência.

Observe os pensamentos negativos que surgem em sua mente sobre seu corpo e, quando você pegar um, elogie-se por isso. Então, tente refutar esse pensamento discordando dele ou apagando-o de sua mente. Lembre-se de que se esses pensamentos estivessem ajudando você, eles já deveriam ter feito você se sentir melhor, mas o fato é que não fizeram.

Pessoas saudáveis ​​têm uma identidade composta de muitas coisas. Por exemplo, sua identidade pode ser baseada em ser gentil, bom e amado, dependendo do que sabem ou pensam sobre si mesmos. Algumas pessoas valorizarão mais seus papéis como pais, alunos ou bons amigos, ou seus talentos, hobbies, interesses e paixões. Há muitas coisas que constroem a identidade de uma pessoa e podem contribuir para um senso de valor. Além de tudo isso, todos nós temos um corpo que precisamos cuidar e com o qual viver. Quando uma pessoa sofre de uma imagem corporal ruim, ela geralmente não se sente satisfeita consigo mesma e tenta se apegar à magreza como uma meta que deve atingir. A autoimagem e a imagem corporal dessa pessoa se emaranham, levando-a a pensar que sua identidade só é boa enquanto sua aparência for boa.

Pense em todas as coisas que são especiais e valiosas sobre você que não têm nada a ver com sua aparência. Imagine como você se sentiria se soubesse que é bom o suficiente do jeito que é. Não deixe que sua autoimagem se confunda com sua imagem corporal - seu corpo não faz de você uma pessoa melhor ou pior ou mais ou menos bem-sucedida.