Depois de um mês de férias na Escócia em 1928, o patologista Alexander Fleming retornou ao seu laboratório no St. Mary's Hospital, em Londres. Para sua surpresa, um prato de cultura descartado que ele deixou exposto no parapeito de uma janela foi contaminado com mofo transportado pelo ar. Este bolor, um tipo de fungo, impediu o crescimento da bactéria nociva Staphylococcus aureus, adjacente aos seus filamentos azul-esverdeados.
O encontro acidental de Fleming levou à descoberta do primeiro antibiótico, a penicilina. Em reconhecimento desta descoberta fortuita, ele recebeu conjuntamente o Prêmio Nobel de Medicina em 1945 com Florey e Chain, químicos de Oxford que simplificaram a produção em massa de penicilina, disponibilizando-a para o tratamento de ferimentos de guerra na Segunda Guerra Mundial.
“Quando acordei logo após o amanhecer de 28 de setembro de 1928, certamente não planejava revolucionar toda a medicina descobrindo o primeiro antibiótico ou matador de bactérias do mundo”, disse Fleming mais tarde. “Mas suponho que foi exatamente isso que fiz.”
2. Marca-passo cardíaco
O primeiro marca-passo cardíaco implantável do mundo foi uma invenção acidental do engenheiro nova-iorquino Wilson Greatbatch. Em 1956, ele pretendia desenvolver um dispositivo de monitoramento de batimentos cardíacos, mas usou por engano um resistor incorreto em seu protótipo, fazendo com que o dispositivo gerasse pulsos elétricos consistentes.
Assim que Greatbatch reconheceu que seus pulsos se assemelhavam aos padrões elétricos de um batimento cardíaco normal, ele reconheceu o potencial de sua invenção. Depois de dois anos refinando seu projeto, ele patenteou com sucesso um marca-passo que poderia ser implantado no coração em 1960, e logo entrou em produção em larga escala. Hoje, estes dispositivos que salvam vidas, nascidos da sua invenção inicial, melhoram a vida de mais de meio milhão de pacientes com batimentos cardíacos lentos todos os anos..
3. Varfarina
A substância para afinar o sangue, também conhecida como anticoagulante, foi descoberta na década de 1930 pelo bioquímico americano Karl Paul Link, quando um agricultor do Wisconsin procurou a sua experiência para investigar hemorragias inexplicáveis no seu gado. Ao examinar a alimentação do gado, Link identificou a substância anticoagulante. Depois disso, ele conseguiu isolar uma substância química, agora conhecida como varfarina, que poderia tratar eficazmente pessoas com coágulos sanguíneos. Notavelmente, a varfarina continua em uso até hoje.
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4. Viagra
Os laboratórios da Pfizer em Kent foram o berço de uma das mais famosas descobertas médicas acidentais. Inicialmente formulado como remédio para angina, esse tratamento acabou se tornando a pílula azul para disfunção erétil mais famosa do mundo: o Viagra. Os primeiros ensaios clínicos envolvendo o sildenafil, agora conhecido como Viagra, revelaram um padrão notável: voluntários do sexo masculino frequentemente apresentavam ereções prolongadas e imprevistas.
Outras pesquisas descobriram que o Viagra, que foi originalmente concebido para relaxar os vasos sanguíneos cardíacos e melhorar o fluxo sanguíneo, teve um impacto semelhante nas artérias penianas. Desde o seu lançamento em 1998, o Viagra revolucionou a vida íntima de inúmeros homens em todo o mundo.
5. Óxido nítroso
O gás hilariante, também conhecido como óxido nitroso, foi descoberto pela primeira vez em 1772 por Joseph Priestly, um clérigo e cientista inglês conhecido pelo isolamento de gases como oxigênio, monóxido de carbono e dióxido de carbono. Priestly descobriu o gás dissolvendo obturações de ferro em ácido nítrico, o que revelou seus efeitos ansiolíticos. Porém, foi somente na década de 1840 que profissionais médicos e dentistas pioneiros começaram a investigar seu potencial como sedativo. Nesse ínterim, foi usado principalmente para melhorar o humor durante reuniões sociais e tinha a reputação de ser um estimulante recreativo.
6. Raios-X
Wilhelm Conrad Roentgen, um físico alemão, descobriu os raios X por acidente em 1895. Roentgen estava fazendo testes de raios catódicos (elétrons de energia extremamente) em uma sala escura quando notou uma tela fluorescente do outro lado da sala brilhando apesar de uma barreira obstruindo os raios catódicos. Ele começou a investigar esse evento incomum depois de ficar intrigado com ele.
Roentgen inicialmente pensou que a fluorescência era causada por raios catódicos, mas depois de realizar vários experimentos e descartar várias possibilidades, determinou que um novo e inexplicável tipo de radiação estava sendo liberado. Esta radiação tem o potencial de viajar através de uma variedade de objetos, incluindo carne e roupas, e expor chapas fotográficas. O fato de esses raios serem invisíveis à vista humana foi particularmente surpreendente.
Roentgen chamou a descoberta de “raios X”, pois a letra X representa algo desconhecido. Ao publicar suas descobertas, ele as compartilhou com a comunidade científica, despertando muito interesse e novas pesquisas. Com eles foi possível obter imagens não invasivas das estruturas internas do corpo humano, o que levou ao desenvolvimento das máquinas de raios X e da área da radiologia.
A descoberta não intencional dos raios X por Roentgen transformou o diagnóstico médico, permitindo que os médicos observassem o corpo humano sem procedimentos intrusivos. Foi uma descoberta fortuita que teve um impacto significativo na ciência, tecnologia e saúde.