Para início de conversa, o distúrbio mais comum é o transtorno de ansiedade e pânico, com cerca de 18% da população nos EUA sofrendo da doença de acordo com a Associação de Ansiedade e Depressão da América. Destes, apenas 36% procuram tratamento, apesar de estar entre os problemas de saúde mental mais tratáveis. Os números falam por si. De acordo com MentalHealth.gov, 1 em cada 5 adultos americanos teve um sério problema de saúde mental em algum momento de suas vidas e 1 em cada 25 vive com uma doença mental grave (por exemplo, transtorno bipolar, esquizofrenia, depressão profunda). Finalmente, o suicídio é a 10ª principal causa de morte nos EUA, o dobro de homicídios a cada ano.
2. É possível prevenir doenças mentais
Certamente, é verdade que existe um componente genético e hereditário nos problemas de saúde mental, mas esses são apenas um dos fatores que contribuem para tornar uma pessoa suscetível a doenças mentais específicas. Os demais fatores que afetam a saúde mental, como trauma, ambiente seguro e de apoio, dieta saudável, abstinência de álcool e drogas recreativas e estilo de vida ativo são todos ambientais e podem ser tão importantes quanto a predisposição hereditária. É de importância fundamental criar crianças e adolescentes em um ambiente seguro e positivo e priorizar um estilo de vida saudável, especialmente se você souber que uma criança corre o risco de desenvolver doenças mentais.
3. Fraqueza ou força de caráter não tem nada a ver com saúde mental
Um equívoco comum sobre a doença mental é que ela decorre de uma falta de caráter e autodisciplina, e se as pessoas que sofrem de uma condição mental se esforçarem mais, poderão voltar ao normal. Esse equívoco resulta da crença de que as condições mentais se originam das emoções; portanto, por exemplo, uma pessoa que sofre de depressão é apenas triste ou preguiçosa, ou alguém que está em surto maníaco é apenas cabeça-quente ou zangado.
Infelizmente, as coisas não são assim tão simples, pois nenhuma autodisciplina pode desfazer o trauma ou regular os distúrbios neuroquímicos no cérebro de uma pessoa, os quais são os principais fatores físicos contribuintes da doença mental. Por esse motivo, não exija de uma pessoa com um problema mental que resolva sozinha seu problema, dê apoio e sugira que procure ajuda profissional.
4. É possível recuperar-se completamente de algumas doenças mentais
Outro equívoco persistente sobre a doença mental é que é irreversível, o que significa que uma pessoa que sofre de problemas de saúde mental nunca se recuperará. Isso também não é verdade e muitos pacientes se recuperam completamente ou melhoram muito se recebem tratamento e o apoio social de que necessitam. A probabilidade de recuperação total dependerá do tipo de condição, do estágio de desenvolvimento da referida condição, bem como o tratamento e apoio que o paciente recebe. É por isso que é sempre bom recorrer a profissionais de saúde mental e procurar tratamento o mais rápido possível.
5. Pessoas que sofrem de doenças mentais podem ter empregos em período integral, como todo mundo
Como mencionamos anteriormente, o número de pessoas que sofrem de problemas de saúde mental é enorme. De fato, quase todo mundo sofre de algum tipo de doença mental em algum momento de suas vidas, e até 1 em cada 10 jovens teve depressão profunda. Desnecessário dizer que a maioria dessas pessoas tem vidas, famílias e empregos.
Muitos pacientes psiquiátricos são produtivos e conseguem manter empregos em período integral sem absenteísmo frequente e outros efeitos colaterais negativos de sua condição, uma vez que a gerenciam efetivamente. Além disso, ter uma renda estável e manter a atividade social é altamente benéfico para pessoas que sofrem de problemas de saúde mental.
6. As crianças, como pessoas de todas as idades, podem passar por problemas de saúde mental
Muitas doenças mentais se manifestam na forma de sinais e sintomas precoces durante a infância ou juventude, e existem alguns distúrbios, como o autismo, que começam na primeira infância. Estima-se que 50% de todas as doenças mentais exibem os primeiros sintomas antes dos 14 anos e 75% delas começam antes dos 24 anos. É lamentável que a maioria desses sintomas precoces não receba a atenção necessária, até que doença atinja seu estágio desenvolvido, quando o paciente procura tratamento. Pelo lado positivo, as estatísticas do diagnóstico precoce estão melhorando, e um número crescente de pacientes tem um prognóstico melhor e, consequentemente, uma chance de uma vida bem mais plena.
7. O estigma é um dos maiores problemas para pessoas com problemas de saúde mental
Realmente, a aceitação social é incrivelmente importante para qualquer ser humano, portanto, não é de surpreender que as pessoas que sofrem de problemas de saúde mental tenham vergonha de discutir sua condição com outras pessoas. Os pacientes têm medo de serem diagnosticados, porque isso pode custar-lhes o emprego, a família e o círculo social. Mas os efeitos adversos do estigma relacionados ao campo da saúde mental, em geral, são muito mais abrangentes, pois muitos pacientes recusam-se a seguir o tratamento necessário devido ao medo de serem rotulado de 'loucos' ou 'psicopatas', o que diminui a chance de recuperação total. A aceitação e o entendimento das conexões sociais do paciente são fundamentais para ajudar na recuperação e no bem-estar a longo prazo, além de prevenir o suicídio.
8. A genética sozinha não pode desencadear doenças mentais
Ao contrário da crença popular, a grande maioria das condições mentais não é genética. Todas são adquiridas, embora algumas tenham um componente genético mais forte do que outras. Mesmo o autismo, cujos primeiros sintomas geralmente são exibidos aos 8 meses, ocorre como resultado de predisposição genética e anormalidades durante a gravidez e o parto, o que torna uma condição inata, mas não genética.
O componente genético para outras doenças mentais, como transtorno bipolar, depressão, esquizofrenia etc., é ainda menor que isso e, como resultado, essas condições são evitáveis, assim como muitas condições físicas adquiridas, como doença pulmonar obstrutiva crônica, cirrose ou diabetes tipo 2.
9. Exercícios têm um efeito surpreendentemente benéfico na saúde mental
Muitas pessoas subestimam o efeito benéfico de boas mudanças de estilo de vida na saúde mental. No entanto, a realidade é que manter uma vida física e socialmente ativa, ter uma dieta saudável e até passar um tempo na natureza pode ajudar seus sintomas.Por um lado, descobriu-se que exercícios podem melhorar os sintomas de ansiedade, depressão e TDAH, provavelmente porque sejam conhecidos por aliviar o estresse, melhorar o humor e melhorar o sono. Tenha em mente que todas as atividades e hábitos que mencionamos também são bons métodos preventivos.
10. Não há ligação entre criatividade e doença mental
Se pedimos que você cite pelo menos alguns artistas famosos que sofriam de doenças mentais, temos certeza de que você se lembrará de vários exemplos: Van Gogh, Hemingway, Sinatra, Virginia Woolf, Robin Williams, a lista vai longe ... Isso leva à pergunta: "Existe uma ligação entre doença mental e criatividade?"
Felizmente, temos uma resposta pronta, e é um 'não' definitivo. Há quase um século de estudos científicos para apoiar essa afirmação. Pessoas que sofrem de doenças mentais não são mais criativas do que aquelas que não sofrem, e, inversamente, mentes artísticas não são mais propensas a sofrer de uma condição mental do que as não-criativas. Por fim, se você for um artista e tomar remédios para resolver um problema mental, isso não afetará diretamente o seu nível de criatividade.
11. Doença mental, deficiência intelectual e dano cerebral não são as mesmas coisas
Esse é outro equívoco popular, e reconhecemos de onde vem, pois muitas vezes acontece que pessoas com danos cerebrais ou déficits cognitivos têm problemas de saúde mental, e também é o caso de doenças mentais em estágios avançados que podem causar danos cerebrais. O que complica essa pergunta é que muitos distúrbios cerebrais podem ser acompanhados por episódios psicóticos ou transtornos do humor. Por exemplo, a doença de Parkinson avançada geralmente causa alucinações, delírios e psicose. Ainda assim, isso não significa que as doenças neurológicas e psiquiátricas sejam iguais, apenas mostra que as mudanças estruturais e funcionais no cérebro influenciam nossa saúde mental.
12. A privação do sono afeta a saúde mental
Vivemos em uma sociedade que geralmente valoriza mais a produtividade e o trabalho duro do que a saúde. A verdade é que, ao privar-se do sono ou dormir demais, você pode se arriscar. De fato, uma pesquisa da Universidade de Harvard mostrou que 65-90% dos adultos com depressão profunda também sofrem de problemas de sono. Isso ocorre porque o sono REM promove aprendizado, memória e bem-estar emocional, e a falta dele, como sugerem os autores, pode piorar ou até potencialmente desencadear doenças psiquiátricas. Então, afofe os travesseiros e tenha uma boa noite de sono.